A investigação que resultou no cumprimento de mandados de busca e apreensão e de prisão, na Operação Mandare, deflagrada nesta sexta-feira (3), teve início a partir da análise de dados obtidos em um celular apreendido. A partir do aparelho, os investigadores conseguiram chegar ao fluxo financeiro da organização criminosa, que manteria controle em comunidades da Região Metropolitana.
A PF acredita ainda ter desvendado um esquema de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, comandado de dentro de uma penitenciária, e que participava até mesmo de indicações de cargos públicos na Prefeitura de João Pessoa. Em troca, o grupo assegurava uma boa relação das comunidades com agentes públicos.
Os policiais cumpriram mandados de busca nas secretarias de Saúde e de Cidadania de João Pessoa, além da Empresa de Limpeza Urbana. Outros alvos foram endereços da secretária executiva de Saúde, Janine Lucena, filha do prefeito de João Pessoa Cícero Lucena.
A reportagem obteve a lista dos 11 nomes, alvos de busca e apreensão expedidos pela Justiça. Além de Janine, foram alvos de buscas Jossiênio Silva dos Santos, apontado como o chefe do esquema e que já estaria no sistema prisional; Patrícia Silva dos Santos, Aline Sthefanny da Silva Santos, Gabriel da Silva Lucena, Fabiano Bastos da Silva, Otávio Nascimento da Silva, Orlando Nascimento da Silva, Rosane Campelo Pessoa, Raiza dos Santos Lourenço e Flávia Nascimento dos Santos.
Na lista há pelo menos dois servidores públicos. Um deles, uma mulher, que estava vinculada à Empresa de Limpeza Urbana e foi afastada do cargo.
Na manhã desta sexta-feira, questionado pela imprensa, o prefeito Cícero Lucena disse estar tranquilo e disposto a colaborar com as investigações. Ele determinou a abertura de procedimento administrativo para apurar a participação dos servidores.
Foram cumpridos 18 mandados judiciais, sendo 7 de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão, além do bloqueio em contas bancárias.
com Jornal da Paraíba