Nutricionista, doutora em Ciências da Nutrição, professora e palestrante da área de desempenho esportivo e doenças crônicas como obesidade e diabetes.
CRN: 8290
Instagram: @raquell.ataide
A cada ano, novas tendências surgem na nutrição, prometendo resultados rápidos e revolucionários. Mas será que todas essas práticas têm base científica? Ou estamos apenas sendo bombardeados por modismos sem fundamento?
Hoje, vamos analisar o que a ciência realmente diz sobre algumas crenças populares na alimentação e saúde.
Dietas “low carb” são a melhor estratégia para emagrecer?
Muitas pessoas acreditam que reduzir carboidratos ao extremo é a solução definitiva para o emagrecimento. Mas os estudos mostram que a qualidade da dieta e o déficit calórico são os verdadeiros fatores determinantes.
O que a ciência diz:
Um estudo publicado na Journal of the American Medical Association (JAMA) comparou dietas low carb e low fat e concluiu que não houve diferença significativa na perda de peso a longo prazo quando as calorias foram controladas.
Conclusão:
O segredo não está em cortar carboidratos, mas em consumir fontes de qualidade (como tubérculos, legumes e grãos integrais) e manter um equilíbrio energético sustentável.
Detox funciona mesmo ou é puro marketing?
Os famosos sucos e dietas detox prometem “limpar” o corpo das toxinas. Mas será que nosso organismo realmente precisa disso?
O que a ciência diz:
O fígado e os rins já são responsáveis por eliminar toxinas naturalmente. Não há evidências científicas de que bebidas ou dietas detox acelerem esse processo.
O perigo dos modismos:
Algumas dietas detox podem ser deficientes em proteínas e gorduras essenciais, causando fadiga e perda muscular.
Alternativa baseada na ciência:
Em vez de “detox de sucos”, aposte em alimentos que apoiam a função hepática, como brócolis, cúrcuma, chá verde e proteínas de qualidade.
Superalimentos existem mesmo?
Açafrão, spirulina, óleo de coco, sementes de chia… Nos últimos anos, uma enxurrada de “superalimentos” ganhou fama como milagrosos. Mas será que eles fazem toda essa diferença?
O que a ciência diz:
Embora alguns desses alimentos tenham compostos bioativos benéficos, nenhum alimento isolado tem o poder de transformar sua saúde sozinho.
O que realmente funciona:
O segredo está em uma dieta equilibrada, com variedade de nutrientes, em vez de depender de “ingredientes mágicos”.
Comer de 3 em 3 horas é necessário?
O conselho de comer várias pequenas refeições por dia é amplamente disseminado, mas será que é obrigatório para manter um metabolismo saudável?
O que a ciência diz:
Estudos como o publicado no New England Journal of Medicine indicam que o metabolismo não desacelera se ficarmos algumas horas sem comer.
Conclusão:
Para algumas pessoas, intervalos maiores entre as refeições podem até melhorar a sensibilidade à insulina e facilitar o controle do apetite. O ideal é personalizar a estratégia de acordo com seu estilo de vida e necessidades individuais.
Conclusão: Ciência Sempre Vence Modismos
A nutrição deve ser baseada em evidências científicas, não em tendências passageiras. Na sua próxima escolha alimentar, pergunte-se: isso tem embasamento ou apenas uma jogada de marketing?
Em parceria com o Nutricionista Nelson Justino
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