Dentro de quatro anos, um dos criminosos que mais chocou o Brasil pode voltar a circular pelas ruas. Temido, mas também alvo de muita curiosidade, Francisco de Assis Pereira, conhecido como o “Maníaco do Parque”, deverá sair da penitenciária de Iaras, que fica no interior de São Paulo, em agosto de 2028.
O motoboy ficou conhecido nacionalmente após ser condenado por matar sete mulheres e roubar e estuprar outras nove, em 1998, no Parque do Estado, na zona sul da capital paulista. Ao falar com repórteres após a prisão, em agosto daquele ano, negou ter cometido os crimes:
“Não tenho ideia nenhuma sobre o que aconteceu lá. Estão falando que fui eu, pode ser alguém parecido comigo”, justificou Francisco.
Pelos crimes, ele teria que cumprir mais de 280 anos de prisão, mas, pela lei brasileira, ninguém pode ficar mais de 30 anos na cadeia.
Em algumas oportunidades, chegou a garantir que, caso fosse solto, voltaria a matar. Foi o que ressaltou, nesta semana, Ulisses Campbell, autor da biografia não autorizada do assassino.
“Logo que foi preso, em 1998, Francisco de Assis, o ‘maníaco do parque’, disse que voltaria a matar se fosse solto porque uma ‘força demoníaca’ fazia com que ele cometesse esses crimes. No seu julgamento, em 2000, ele repetiu dentro do tribunal do júri que, se ele estivesse livre, voltaria a matar porque aquele ‘espírito maligno’ ainda estava dentro dele. Em 2013, dentro da penitenciária de Iaras, repetiu para uma psicóloga que, se fosse solto, voltaria a matar”, disse o escritor.
Francisco escolhia as vítimas a dedo. Ele convencia mulheres, com idades entre 17 e 27 anos, com a promessa falsa de que iria ajudá-las a ter uma carreira de modelo. O criminoso então as levava para uma área de mata dentro do Parque do Estado, dizendo que faria fotos. Lá ele estuprava, matava e enterrava.
Algumas vítimas conseguiram fugir. “Ele me disse: vamos fazer o seguinte, eu vou te dar dois minutos para que você corra, mas se você não conseguir eu vou atrás de você”, contou uma delas.
As vítimas fatais foram Patrícia Gonçalves, de 24 anos; Selma Ferreira, de 17; Raquel Mota, de 23 anos; Isadora Fraenkel, de 19 anos; e Rosa Alves, aos 21. Outras duas mulheres não foram identificadas. Os corpos foram encontrados entre janeiro e agosto de 1998. As mulheres estavam ajoelhadas e com sinais de violência sexual, além de marcas de mordidas.
Hoje, aos 56 anos, Francisco de Assis Pereira divide uma cela com outros presos e, nos momentos em que são liberados para algumas atividades internas, passa horas sentado sozinho no pátio do pavilhão bordando tapetes e toalhas para banheiros. Ele teria chegado inclusive a conseguir algum dinheiro vendendo o artesanato para famílias de presos, em dias de visita.
com Band.com.br