Foi divulgado nesta segunda-feira (9), no Diário Oficial do Município de João Pessoa, o Relatório do Censo da População Adulta em Situação de Rua da Capital, realizado em 2023. O estudo, coordenado pela Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania (SEDHUC) em parceria com a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), identificou o perfil e as condições de vida de 283 pessoas em situação de rua, com o objetivo de subsidiar políticas públicas voltadas para essa população.
O levantamento, que começou em agosto de 2023, entrevistou 238 pessoas e mapeou tanto indivíduos nas ruas quanto em unidades de acolhimento da Prefeitura. 200 pessoas foram encontradas nas ruas e 83 estavam em casas de acolhimento. A pesquisa contou com mais de 80 entrevistadores e supervisores, coordenados pela Professora Berla Moraes, da UFPB.
O perfil traçado pelo censo aponta uma maioria masculina (85,6%), sendo 6,3% identificados como LGBTQI+. A maioria se declarou parda (53,2%), com 24,9% brancos e 15% pretos. Cerca de 67% dos entrevistados são solteiros e 58,3% têm filhos, com 27,3% vivendo na cidade há mais de 10 anos. Problemas familiares e uso de drogas foram citados como os principais motivos para estarem em situação de rua, enquanto 64% dormem nas ruas.
Os dados mostram que 53% dos entrevistados estavam em condições de responder as perguntas, enquanto 23,4% apresentavam sinais de alcoolismo ou uso de drogas. Um dado alarmante é que 29% se recusaram a continuar a pesquisa.
Além de mapear as áreas de permanência, o estudo identificou fatores que levam essas pessoas a viver nas ruas, como a fragilidade dos vínculos familiares e a pobreza extrema. A falta de suporte familiar foi apontada como um dos principais motivos para essa escolha.
Esse é o primeiro censo desse tipo em João Pessoa, seguindo as diretrizes da Política Nacional para Inclusão Social da População em Situação de Rua (PSR), e servirá como base para a formulação de políticas públicas que busquem garantir direitos e promover a dignidade dessa população.
com T5