Após mais de 12 horas de julgamento, o júri popular condenou nessa quinta-feira (2) a 23 anos de prisão o jovem Arthur Lima Aires, suspeito de matar com um tiro na cabeça a ex-namorada, a estudante de enfermagem Viviane Alves Farias, de 18 anos, em Boqueirão, município do Cariri da Paraíba, no dia 19 de outubro de 2020.
Arthur foi condenado por homicídio doloso. A tese apresentada pelo Ministério Público de feminicídio não foi acolhida pelo conselho de sentença. Ainda assim, a promotora Luciara Moura disse acreditar que o réu teve uma pena merecida.
“Os jurados reconheceram a torpeza desse crime, por motivo vil e ignóbil”, destacou. Feminicídio é o assassinato contra uma mulher cometido devido ao fato de ela ser mulher ou em decorrência da violência doméstica.
Após o término do namoro, Viviane começou um novo relacionamento. Arthur não aceitava o fim do namoro. A vítima estava em um carro, com o novo namorado e algumas amigas, quando Arthur chegou armado e teve uma discussão com o então namorado da vítima. Quando Viviane tentou defendê-lo, o ex atirou na cabeça dela. Testemunhas relatam que ele teria apontado a arma para vítima, que morreu com um tiro de pistola na cabeça. Arthur estava preso desde o dia do crime.
No dia, a população de Boqueirão tentou agredir Arthur, que tentou fugir. Ele foi preso e encaminhado, primeiramente, para o Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande para receber atendimento e, em seguida, levado para a delegacia.
A mãe da vítima, Jane Barbosa, ressaltou que esperava que o réu fosse julgado pelo feminicídio. “Mas eu estou satisfeita. Minha filha não volta mais, mas a justiça foi feita. Ainda hoje nós vivemos abalados, pensando em como seria a vida dela”, disse.
O advogado do réu, Rômulo Palitot, afirmou que irá apresentar recurso contra a decisão ainda nesta sexta-feira (3). A defesa afirmou que não havia intenção de atirar.
com G1 PB