“Guardem suas carteiras. Lula está na Paraíba”. Foi dessa forma que o ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo/PR) se referiu à visita do presidente à Paraíba nesta sexta-feira (30) durante entrevista à rádio Arapuan FM.
Adversários políticos, Lula e Dallagnol estão na Capital no mesmo dia. O presidente participa de uma série de compromissos como entrega de obras e anúncio de investimentos. O ex-deputado veio para apoiar a candidatura de Marcelo Queiroga (PL) a prefeito da Capital e Sérgio Queiroz (Novo) a vice.
“Fiquei muito preocupado em estar hoje na Paraíba porque tem um problema muito especial que é a visita de Lula. Então, guardem suas carteiras. Especificamente, estou aqui pela admiração que eu tenho a Sérgio Queiroz. Eu, como cidadão, quero mais sérgios na política. Estou especificamente para apoiar [ele]”, disse Deltan.
Prisão em 2ª instância
Ainda na entrevista, o ex-procurador e ex-coordenador da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, defendeu o retorno da prisão em segunda instância no país.
“No Brasil existem quatro instâncias, então ninguém vai para a cadeia, queremos o retorno da prisão em 2ª instância”, destacou.
Dallagnol lembrou que a Justiça Eleitoral nunca prendeu ninguém na história, e por isso se jogam processos para onde não se prende. “É uma ilusão, no Brasil a política está acima da Justiça”, disse.
Críticas ao Judiciário
Deltan Dallagnol negou ter havido irregularidades durante o curso do processo da Operação Lava Jato. Ele rebateu as acusações de que teria atuado de forma combinada para atropelar o rito normal das investigações.
O ex-procurador criticou a forma como o Supremo Tribunal Federal (STF) vem se portando diante do julgamento de pessoas, que segundo ele, estão sendo presas sem acusação criminal.
“Qual a diferença entre o que aconteceu na Lava Jato e no Supremo Tribunal Federal? Na Lava Jato, nós prendíamos pessoas e acusávamos dentro do prazo de 35 dias. No Supremo Tribunal Federal, eles estão mantendo pessoas presas anos, sem uma acusação criminal, o que é abusivo e ilegal”, afirmou.
Dallagnol também criticou a forma como as decisões estão sendo conduzidas e citou como exemplo o banimento das redes sociais dos acusados. Ele disse que quando há um excesso se derruba o post e não a rede inteira. “Estão decidindo de forma ditatorial. Nós fazíamos de forma pública enquanto que o STF decreta sigilo para puderem trabalhar no escuro”, lamentou.
com ClickPB e Paraíba.com.br