O Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba (MPPB), pediu o retorno do padre Egídio de Carvalho Neto à prisão. Depoimentos de testemunhas ouvidas pelo órgão indicam o descumprimento das medidas judiciais durante o período de prisão domiciliar do padre. O réu deixou a prisão em abril deste ano, após passar mal na Penitenciária Especial do Valentina Figueiredo.
O principal motivo para o novo pedido de prisão seriam os depoimentos de locatários de imóveis pertencentes ao padre, que relataram ter sido abordados para continuar pagando aluguéis diretamente ao advogado do padre, mesmo após as medidas judiciais de bloqueio dos bens.
Até a publicação desta reportagem, a defesa do Padre Egídio, não se pronunciou.
Em depoimento ao Gaeco, testemunhas afirmaram que foram pressionadas a efetuar os pagamentos a contas indicadas por intermediários do padre, evidenciando uma tentativa de burlar as decisões judiciais que determinavam o bloqueio dos bens e a suspensão desses repasses financeiros.
O novo pedido tramita na 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Paraíba e tem relatoria do desembargador Ricardo Vital, mas ainda não foi analisado.
O Gaeco argumenta que a liberdade do padre representa um risco à ordem pública e à instrução processual, uma vez que ele teria continuado suas atividades ilícitas mesmo após ser beneficiado com a prisão domiciliar.
Os imóveis do Padre Egídio
A decisão judicial que autorizou a prisão preventiva do padre Egídio de Carvalho Neto traz uma série de detalhes sobre as suspeitas que cercam o religioso. E aponta uma vida de luxos e excessos, com gastos milionários que ultrapassam em muito a sua renda mensal.
O padre é suspeito de ser dono de mais de 30 imóveis considerados de alto padrão, localizados na Paraíba, em Pernambuco e em São Paulo, e de investir altos valores em vinhos, decorações e obras de arte. O padre está preso e vai passar por audiência de custódia.
Entre os imóveis envolvidos, citados pelo Gaeco destacam-se três localizados no bairro Treze de maio, em João Pessoa. Uma moradora, por exemplo, paga R$ 1 mil de aluguel por um dos apartamentos, enquanto um outro imóvel em um bairro de luxo em São Paulo custa de aluguel R$ 6.830. Outro imóvel no mesmo bairro está locado a R$ 7.800.
com G1 PB