Deputado Luiz Couto solicita Força Tarefa da Polícia Federal nas eleições de João Pessoa

O deputado federal Luiz Couto (PT) manifestou sua preocupação com a desigualdade nas eleições municipais de João Pessoa, destacando a gravidade da situação revelada pelas recentes operações da Polícia Federal. Para ele, as ações expõem uma nova modalidade de voto de cabresto, em que parte da população, especialmente nas periferias, se encontra refém de alianças criminosas. “Antes, eram os coronéis que controlavam os votos. Hoje, além dos candidatos que têm a máquina pública a seu favor, há uma aliança de alguns políticos com o crime organizado para aliciar eleitores. Isso é muito grave”, afirmou.

Couto enviou ofício ao Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, solicitando uma força-tarefa da Polícia Federal para atuar nas eleições de João Pessoa. Mas, segundo ele, as operações deflagradas pela Polícia Federal são tantas que o efetivo se encontra sobrecarregado. “A situação é tão séria que não há condições suficientes para cobrir todas as denúncias, o que para o deputado justifica o pedido de forças federais para garantir a lisura do pleito”, justificou.

A intervenção do tráfico nas eleições, segundo o deputado, vai além do aliciamento de eleitores. “Há candidatos sendo proibidos de entrar em determinadas comunidades de João Pessoa, e isso precisa ser combatido. A coação de eleitores viola o direito constitucional ao voto livre”, ressaltou. Luiz Couto enfatizou que é responsabilidade das autoridades garantir eleições justas e democráticas.

O deputado destacou a operação “Território Livre”, em sua nova fase, que prendeu a vereadora de João Pessoa Raíssa Lacerda (PSB), candidata à reeleição, na manhã desta quinta-feira (19), pela Polícia Federal.

A operação investiga o envolvimento de facções criminosas no aliciamento violento de eleitores nas periferias da capital paraibana. Raíssa, que já atuou como secretária municipal de Cidadania e Direitos Humanos na gestão de Cícero Lucena (Progressistas), foi detida ao lado de outras três pessoas suspeitas de participarem do esquema. A Justiça determinou a prisão preventiva de seis pessoas, das quais quatro já foram cumpridas.

Entre as pessoas presas, estão: Pollyanna Monteiro Dantas dos Santos, supostamente uma das principais articuladoras do esquema no bairro São José; Taciana Batista do Nascimento, braço-direito de Pollyanna e envolvida com a ONG Ateliê Vida, que atuava de forma ilícita na comunidade; e Kaline Neres do Nascimento Rodrigues, apontada como uma das responsáveis por coagir eleitores no Alto do Mateus, sob o comando de uma facção criminosa.

As investigações indicam que as eleições em João Pessoa estão sendo influenciadas por facções criminosas que controlam o acesso de candidatos a determinadas áreas da cidade e pressionam os eleitores a votarem em seus aliados. Na primeira fase da operação, na semana passada, a Polícia Federal apreendeu R$ 35 mil em dinheiro, celulares e documentos pessoais de moradores, além de contracheques de funcionários da prefeitura.

Esses episódios somam-se à “Operação Mandare”, realizada em maio deste ano, que investigou a relação entre a prefeitura e uma facção envolvida com o tráfico de drogas. Na ocasião, a secretária-executiva de Saúde, Janine Lucena, filha do prefeito Cícero Lucena, foi alvo de buscas após ter recebido ligações de dentro de um presídio. Um relatório recente, publicado pelo portal UOL, aponta mensagens trocadas entre Janine e um líder da facção, sugerindo um possível acordo para obter acesso a comunidades dominadas pelo crime em troca de cargos públicos.

Luiz Couto finalizou suas declarações reforçando a necessidade de providências urgentes por parte das autoridades locais. Disse que solicitará audiências para dialogar sobre algumas proposituras. “Tenho a intenção de contribuir com algumas proposituras. Os eleitores de João Pessoa precisam ter o seu direito ao voto livre garantido. Nossa Constituição Federal é clara quanto a isso. Precisamos agir para proteger a democracia”, concluiu.

Assessoria

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