A mãe de um menino de três anos denunciou nesta quinta-feira (5) que o filho foi abusado pelo médico pediatra Fernando Cunha Lima, acusado de uma série de estupros de crianças. De acordo com a defesa das vítimas, a mulher prestou depoimento nesta quinta-feira (5), na Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Infância e Juventude. A denúncia é a quarta no novo inquérito policial contra o médico.
O advogado Bruno Girão explicou que o novo inquérito policial já conta com a denúncia de quatro vítimas: duas crianças, com sete e três anos de idade, uma mulher que teria sido abusada quando tinha nove anos, em meados da década de 1990, e a quadrinista Thaís Gualberto, de 38 anos, sobrinha da esposa do médico e que teria sofrido o abuso quando ela estava com 7 anos de idade.
As vítimas que teriam sofrido abusos durante a infância e hoje são adultas constam no processo apenas como testemunhas, uma vez que o crime prescreveu.
Fernando Cunha Lima atendia a maioria das vítimas desde bebês e tinha a confiança das famílias. Trata-se de um pediatra famoso em João Pessoa que mantinha uma clínica particular no bairro de Tambauzinho.
Além da sobrinha da esposa do médico, outras duas sobrinhas dele também relataram ter sofrido abusos quando eram crianças. Porém, devido à prescrição dos crimes, elas também vão atuar como testemunhas no processo.
Em depoimentos dados à Polícia Civil, as mães narram que os abusos aconteciam dentro do consultório, com as vítimas em cima de uma maca, quando o médico obstruía a visão delas ou fazia a ausculta do pulmão das crianças.
Procurada pela reportagem, a defesa de Fernando Cunha Lima informou que, por se tratar de um processo sigiloso, só se pronunciaria nos autos.
Denúncia e pedido de prisão
Em 26 de agosto de 2024, a Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público e tornou réu o pediatra, sob a acusação de abuso sexual infantil, no entanto negou o pedido da Polícia de prisão preventiva.
O juiz José Guedes Cavalcanti Neto entendeu que as suspeitas levantadas contra Fernando Cunha Lima se caracterizam como “indício suficiente de autoria” e, por se tratarem de indícios, não contam como provas concretas e aniquilam a representação por prisão preventiva.
Um novo inquérito policial foi aberto para investigar novas denúncias de estupro de vulnerável supostamente cometidas pelo pediatra. De acordo com o delegado Cristiano Santana, as investigações estão sendo finalizadas para que novas informações sejam divulgadas.
com G1 PB