Vinil cresce 45% no Brasil e impulsiona artistas independentes na Paraíba

As vendas de discos de vinil cresceram 45% no Brasil em 2024, segundo dados divulgados pela Pró-Música Brasil, associação que representa as principais gravadoras do país. O formato físico, que voltou a ganhar espaço nos últimos anos, gerou um faturamento de R$ 16 milhões apenas no primeiro trimestre do ano.

A retomada tem impacto direto no setor independente, especialmente na Paraíba, onde artistas locais e selos especializados utilizam o vinil como ferramenta para impulsionar a sustentabilidade financeira de seus projetos.

Em João Pessoa, o avanço do mercado de vinil é percebido na atuação de selos como a Taioba Discos, que além de funcionar como loja física, tem se destacado na produção e distribuição de LPs de artistas paraibanos. A estratégia busca ampliar as fontes de receita dos músicos, aliando a venda direta ao público com uma proposta estética e comercial mais atrativa.

“O vinil é um produto premium, com impacto direto na receita e na valorização do artista. Ele fortalece a estratégia de merchandising e agrega valor ao trabalho autoral”, afirma Sérgio Pacheco, diretor executivo da Taioba Discos. Segundo ele, os lançamentos nesse formato têm gerado retorno financeiro inicial entre R$ 12 mil e R$ 20 mil, dependendo da tiragem e da recepção do público.

Um dos exemplos mais recentes é o da banda paraibana Papangu, que lançou o álbum Lampião Rei em vinil com apoio da Taioba. Parte da receita obtida com as vendas tem sido usada para viabilizar turnês e gravações. O grupo enxerga o disco como uma extensão da experiência artística que oferece nos palcos.

“Nosso objetivo é que o vinil seja parte do espetáculo, que o público leve para casa algo que também é uma obra visual. Envolvemos artistas visuais, designers e fotógrafos em cada projeto, e isso faz toda a diferença”, diz Rodolfo Salgueiro, vocalista e tecladista da Papangu.

O movimento coincide com o Dia do Disco, comemorado em 20 de abril, e reforça a resistência do formato físico em plena era do streaming. Além de atender à demanda nostálgica, o vinil se consolidou como estratégia de mercado e forma de aproximação entre o artista e o público, impulsionando a cena musical independente na Paraíba e posicionando João Pessoa como polo em expansão no setor fonográfico.

com T5

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