Economista, Professor Emérito da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e Vice Coordenador do Progeb (Projeto Globalização e Crise na Economia Brasileira).
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O fascista Milei, caiu em campo para executar sua política neoliberal. Com dois projetos legislativos enviados ao congresso, começou a destruir a economia argentina, revogando dezenas de leis e regulamentações para “libertar a economia da tutela do Estado”. Segundo ele, “são leis para abraçar a liberdade”. A primeira lei foi a DNU 70/2023, agora complementada pela “lei de bases e pontos de partida para a liberdade dos argentinos”. Ao discursar na apresentação desta lei, em êxtase, clamou “Viva la liberdad CARAJO”. Desta vez, não podemos acusá-lo de mentiroso. Ele próprio reconhece o tamanho do CARAJO que ele está endereçando ao povo argentino. O choro e o ranger de dentes já começam a ser ouvidos na casa de los Hermanos. Em breve, começaremos a conhecer o conceito de liberdade do ultra neoliberal Milei: a liberdade de baixar o cacete nos que discordam dele. Temos de desejar aos argentinos firmeza e tenacidade nas grandes lutas que terão de travar, e dar apenas mais um aviso: tomem cuidado com “el Carajo” do Milei, que tem um alvo certeiro. Mas, além de lamentar os sofrimentos que aguardam o povo argentino, é bom não esquecer que eles são o nosso segundo maior parceiro comercial e os maiores compradores da nossa produção industrial. A estabilidade no país vizinho é importante para a nossa economia.
Outro comentário internacional, que temos obrigação de fazer, é sobre as guerras. No caso da Ucrânia, não há muito a acrescentar. O impasse arrasta-se com os governos europeus, fantoches dos americanos, lutando para não aumentar os gastos com o apoio militar ao palhaço Zelensky, e os últimos recursos sendo enviados pelos americanos, enquanto os russos aumentam sua pressão.
O caso mais lamentável é o da faixa de Gaza. O massacre continua e parece que vai demorar. A fúria assassina da direita sionista do governo Netanyahu é insaciável. O movimento internacional sionista continua agindo fortemente, explorando o complexo pelo extermínio dos judeus durante a segunda guerra, e acusando de antissemitas todos os que denunciam o massacre. Embora as manifestações e protestos estejam se espalhando pelo mundo, ainda não atingiram o nível de clamor universal. Aumenta a possibilidade de ampliação do conflito com os ataques no Líbano, na Cisjordânia e os atentados terroristas ocorridos no Irã, agora assumidos pelo chamado “Estado islâmico”, onde vejo as digitais de Israel.
Internamente, não podemos deixar de comemorar as grandes vitórias que conseguimos no ano de 2023 e que já relacionamos nas análises anteriores. Basta lembrar as previsões dos economistas de plantão, no início do mandato de Lula. Seria o fim do mundo, o caos geral, a fuga dos capitais, o isolamento do país, o caminho para nos tornarmos uma Argentina, ou uma Venezuela, a disparada da inflação etc. Tudo saiu ao contrário. O Brasil recuperou o respeito do mundo e passou a ser consultado e cortejado pelas grandes nações, e a participar das organizações internacionais, e dos organismos multilaterais. Contra todas as previsões catastróficas, a economia moveu-se e tivemos um crescimento acima dos 3%, com uma taxa de desemprego das mais baixas dos últimos tempos e uma inflação sob controle. Tudo isto, para não falar da vitória da coalizão, resultado da habilidade do presidente Lula, e do apoio que se tem conseguido, com grandes sacrifícios, no congresso.
Apesar de toda a sabotagem dos parlamentares, que só se movem sob propina, da falta de colaboração do Banco Central, que mantém a taxa básica Selic nos patamares mais elevados do mundo, da ação histérica dos bandos bolsonaristas, que continuam a disseminar fakes e promover todas as ações possíveis para impedir as atividades do governo, e da colaboração precária dos partidos que compõem o próprio governo, mas que só aí estão para obter vantagens, com vistas às próximas eleições municipais. Aliás, esta é possivelmente a questão mais importante do ano, que se inicia.
Prevendo as dificuldades, desejo a todos muita coragem e resiliência necessárias para as lutas deste 2024. Não podemos desperdiçar o capital que acumulamos.
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