Em coletiva de imprensa realizada na tarde desta quarta-feira (12), representantes da Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande reiteraram que os profissionais envolvidos no caso de uma paciente vítima de suposta negligência médica na maternidade Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea), serão punidos caso a denúncia seja comprovada.
O caso foi denunciado, inicialmente, nas redes sociais pelo pai do bebê. Segundo ele, a mãe recebeu uma superdosagem de um medicamento para induzir o parto. O bebê morreu durante o parto e as complicações fizeram com que a mulher perdesse o útero.
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De acordo com o secretário de Saúde de Campina Grande, Carlos Dunga Júnior, a equipe médica envolvida no atendimento da paciente está sendo afastada e uma comissão de sindicância, com representantes da própria secretaria e de órgãos de controle como o Conselho Regional de Enfermagem da Paraíba (Coren-PB), foi instaurada para investigar a situação.
Caso seja constatado erro médico, os profissionais envolvidos serão punidos. O advogado Bertrand Filho, do setor jurídico da Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande, afirmou que os servidores efetivos envolvidos poderão sofrer medidas administrativas, enquanto servidores credenciados ou prestadores de serviço poderão ter os contratos rescindidos.
“Caso [os profissionais envolvidos] sejam culpados, vão ser punidos. Os que são servidores efetivos vão ter um processo administrativo disciplinar e os que forem credenciados ou prestadores de serviço terão seus contratos rescindidos, caso sejam culpados. É importante ressaltar que não estamos fazendo julgamento prévio. Vamos seguir o procedimento legal, com ampla defesa, para que todos sejam ouvidos no final, de acordo com a legislação, e sejam punidos ou não”, disse o advogado.
Sobre a retirada do útero da paciente, a médica e diretora do Isea, Suelem Taís, explicou que o procedimento foi necessário para preservar a vida da paciente, uma vez que ocorreu em virtude de uma complicação de rotura uterina.
Segundo a médica, a emergência da complicação impede que haja tempo hábil para pedido de autorização para retirada ou não do útero com alguém da família da paciente.
“A rotura uterina é uma complicação obstétrica prevista em literatura com muitas causas, e é uma complicação gravíssima que pode levar a óbito materno imediato. A cirurgia é feita como emergência absoluta e não dá tempo para solicitar a permissão porque senão a mãe morre. São poucos minutos para salvar a vida, e ela realmente está viva porque foi um procedimento adotado rapidamente”, explicou a médica.
Os representantes da secretaria também afirmaram ter conhecimento dos relatos de outras mulheres sobre supostos casos de violência obstétrica no Isea. No entanto, reiteraram a necessidade de investigação caso a caso para comprovar ou não as denúncias.
Estado de saúde da mãe
Na madrugada desta quarta-feira, a mulher que teve o útero retirado após a morte do bebê, foi internada em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) por causa de dores abdominais.
Já no período da tarde, a mulher foi transferida para o Hospital Pedro I, onde realizou um exame específico para diagnosticar as causas das dores.
De acordo com a direção da UPA, o estado de saúde dela é estável.
com G1 PB