Operação da PF em São Bento teve origem em bolo arrematado em leilão por R$ 100 mil; entenda

O ponto de partida da Operação Coactum, deflagrada nesta quinta-feira (26) pela Polícia Federal (PF) em São Bento, município do Sertão Paraibano, foi o o arremate de um bolo por R$ 100 mil em um leilão beneficente promovido pela paróquia de São Sebastião, na cidade.

Leia mais: PF deflagra operação de combate à compra de votos e aliciamento violento de eleitores em São Bento; candidato a vice-prefeito é um dos alvos

A iguaria teria sido adquirida, de acordo com a Polícia Federal (PF), por um dos alvos da operação da PF, o empresário Rafael Silva Cavalcante, conhecido como “Rafinha Banana”, candidato a vice-prefeito de São Bento na chapa de oposição encabeçada pelo oposicionista Marcos Davi (Progressistas).

O candidato oposicionista disputa o comando da Prefeitura com Gerfeson Carnaúba (PSB), candidato apoiado pelo prefeito Dr. Jarques (PSB).

A Operação Coactum, que cumpriu nesta quinta-feira 22 mandados de busca e apreensão no município, teve como objetivo apurar crimes de compra de votos e aliciamento violento de eleitores.

De acordo com o mandado judicial que foi cumprido pela PF, o bolo foi arrematado por Rafinha no dia 19 de janeiro deste ano, durante a festa religiosa.

A Justiça Eleitoral entendeu que o evento ganhou cunho político, uma vez que pré-candidatos nas eleições da cidade teriam se aproveitado do momento para fazerem propaganda eleitoral antecipada, prática vedada pela legislação.

Após a festa, o Ministério Público da Paraíba (MPPB) solicitou ao pároco da cidade a lista de pessoas que arremataram os bens leiloados na festividade e os comprovantes dos pagamentos realizados.

Com esses dados, o MP constatou que Rafael, à época pré-candidato a vice-prefeito, teria “distribuído o alimento em uma comunidade do município, em um verdadeiro ato de campanha política”, prática ilícita inclusive durante o período de campanha.

Aliciamento violento e compra de votos
O passo seguinte da investigação levou a PF a buscar a origem dos bens de Rafael. De acordo com a corporação, ele possui uma empresa de apostas e rifas na região, tendo ficado conhecido nos últimos anos ao ganhar cerca de R$ 12 milhões em apostas no ramo da política.

O documento também revela que a PF realizou, dentro das investigações, um levantamento de vínculos empregatícios e empresariais, assim como uma sondagem de possíveis participações de parentes e amigos em supostas práticas criminosas.

A PF teve acesso a fotos e vídeos em que essas pessoas estariam fazendo o uso de armas de fogo em diversos eventos na cidade, com o intuito de constranger eleitores. Além disso os investigados estariam circulando nas ruas de São Bento com grande quantidade de dinheiro em veículos, comprando votos.

O documento afirma ainda que um eleitor teria sofrido um infarto no último dia 13 de julho após ser ameaçado por duas pessoas ligadas a Rafael ao tentar devolver uma quantia em dinheiro que havia recebido em troca de seu voto.

A PF garante que entre os alvos da Operação Coactum, estão três parentes de primeiro grau de uma vereadora do município e primos de Rafael. O nome da parlamentar em questão não foi divulgado.

Durante a operação, deflagrada nesta quinta-feira, duas pessoas foram presas em flagrante por posse de arma de fogo de uso restrito, tendo sido apreendidas várias armas, de diversos calibres. Também foram apreendidos aparelhos celulares e diversos documentos que tem ligação com a investigação.

 Arremate de bolo por R$100 mil em leilão beneficente motivou operação da PF em São Bento

com Jornal da Paraíba

WhatsApp
Telegram
Twitter
Facebook

Mais lidas

1

Casal dono da Vai de Bet fica em silêncio durante depoimento à polícia em Campina Grande

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Digite o assunto de seu interesse: