O papa Francisco, em meditações escritas para o tradicional rito da Sexta-feira Santa, afirmou que “em um mundo de algoritmos, a economia de Deus não descarta, mas repara”. O cardial destacou que o caminho rumo ao Gólgota, colina onde Jesus foi crucificado, é a descida que Cristo realizou “em direção ao mundo que Deus ama”. O pontífice não celebrará cerimônia nesta sexta, em Roma.
“Cristo, pregado, se coloca no meio das partes, entre os opostos e os leva ao Pai, pois sua cruz derruba os muros, cancela as dívidas e estabelece a reconciliação. Diante das economias desumanas, feitas de cálculos, lógicas frias e interesses implacáveis, a mudança de rumo é voltar-se para o Salvador”, afirmou Francisco.
Devido ao estado de saúde ainda debilitado do papa, a Via-Sacra da Sexta-feira Santa no Coliseu, na noite desta sexta-feira, será presidida pelo vigário geral da Diocese de Roma, o cardeal Baldo Reina.
A cerimônia busca, segundo o Vaticano, mostrar “que o caminho da cruz é a descida que Jesus realizou em direção àqueles que amou, em direção ao mundo que Deus ama. E é também uma resposta, uma assunção de responsabilidade por parte de Cristo”.
Francisco, em seu discurso, convida os fiéis a sairem de seus “próprios esquemas, para compreender a economia de Deus, que não mata, não descarta, não esmaga. É humilde, fiel à terra e o caminho de Jesus, o das Bem-aventuranças, que não destrói, mas cultiva, repara, protege, mas é sobre a economia divina, tão diferente das economias atuais feitas de cálculos e algoritmos, de lógicas frias e interesses implacáveis”.
“Nós, em vez disso, temos fôlego curto de tanto evitar responsabilidades. Mas bastaria não fugir e permanecer: entre aqueles que nos foram dados, nos contextos em que nos colocaste. Criar vínculos, pois só assim deixamos de ser prisioneiros de nós mesmos. O que pesa, portanto, é o “egoísmo e a indiferença”, disse Francisco.
com Metrópoles