MPF pede mais rigor na fiscalização para coibir despejo de esgotos em praias da Paraíba

Em audiência extrajudicial realizada na sede do Ministério Público Federal (MPF) em João Pessoa nessa terça-feira (28), procuradores da República pediram a representantes de vários órgãos a intensificação da fiscalização para coibir despejo de esgotos nas praias da Paraíba, especialmente na capital e no município de Cabedelo. O MPF relembrou termos de ajustamento de conduta celebrados anteriormente, que previam medidas para maior proteção das praias, e cobrou mais rigor na fiscalização das ligações clandestinas de esgoto, especialmente nas margens dos rios.

Entre as providências requeridas pelo MPF, estão a implementação de programas de capacitação para operadores do setor de construção civil e instalações hidráulicas e sanitárias; o aperfeiçoamento da comunicação e sincronização das informações de licenciamento entre os órgãos competentes; e a promoção de ações de educação ambiental para empreendedores e profissionais da construção civil. O objetivo é promover a conscientização sobre a importância da adoção de práticas sustentáveis e do cumprimento da legislação ambiental.

Outra medida solicitada pelo Ministério Público foi o aprimoramento do processo de licenciamento ambiental para o setor da construção civil, estabelecendo condicionantes que garantam a compatibilidade da rede de esgotos da região onde os empreendimentos estão localizados. Os procuradores também pediram a intensificação da análise e expedição do habite-se, bem como de licenças para reforma e ampliação de empreendimentos, a fim de verificar o correto dimensionamento das questões sanitárias e a execução adequada dos projetos.

O MPF cobrou, ainda, a inclusão de famílias de áreas irregulares em programas habitacionais e a efetividade das sanções a infratores e poluidores, visando aplicar medidas corretivas e punitivas que coíbam práticas nocivas ao meio ambiente e à saúde pública.

Bem da União
O interesse federal na apuração dos esgotos na praia se justifica pela gravidade dos danos ambientais causados e pela necessidade de proteção do meio ambiente marinho, bem da União, conforme o artigo 20, inciso VII, da Constituição Federal. A legislação ambiental brasileira, especialmente a Lei 9.605/1998, estabelece sanções penais e administrativas para aqueles que causam poluição ambiental, visando assegurar o direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, garantido pela Constituição em seu artigo 225.

“O Ministério Público Federal está empenhado em garantir a responsabilização de todos os responsáveis pelos danos ambientais causados e em adotar as medidas necessárias para a proteção do meio ambiente marinho e da saúde pública”, ressaltou o procurador da República João Raphael Lima.

Participantes
Além dos procuradores da República com atuação em matéria ambiental, João Raphael Lima e Renan Paes Felix, participaram da audiência membros do MP Estadual, do Instituto Federal de Educação da Paraíba (IFPB), da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa), da Superintendência de Administração do Meio Ambiente do Estado da Paraíba (Sudema), da Superintendência Regional do Patrimônio da União na Paraíba (SPU); da Superintendência do Ibama no estado e da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes ( Abrasel-PB).

Também estavam presentes os secretários de Infraestrutura, de Meio Ambiente e de Planejamento de João Pessoa, além dos secretários de Meio Ambiente dos municípios de Cabedelo e Conde.

com Assessoria MPF/PB

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