Morre mulher que teve o útero retirado após morte de bebê no Isea, em Campina Grande

A morte de Maria Danielle Cristina Morais Sousa, de 38 anos, foi confirmada pela família nesta terça-feira (25). O marido dela usou as redes sociais para denunciar que o filho do casal faleceu durante o parto na maternidade Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA), em Campina Grande, e que, devido a complicações, a gestante teve o útero retirado.

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De acordo com o marido de Maria Danielle, ela acordou bem nesta terça-feira, mas ao se sentar na cama sentiu uma dor de cabeça muito forte. Começou a gritar de dor e caiu no chão. O Samu foi chamado, e ela foi levada para o Hospital Pedro I durante a manhã. À tarde, o marido recebeu a notícia de seu falecimento. Ainda não se sabe a causa da morte nem o que teria ocorrido.

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Em resposta ao ocorrido, a Secretaria de Saúde de Campina Grande decidiu afastar, no dia 11 de março, os profissionais da maternidade que atenderam Maria Danielle durante o parto. Além disso, o Ministério Público da Paraíba (MPPB) iniciou uma investigação preliminar para apurar a possível negligência médica envolvida no caso.

Entenda o caso
Jorge Elô, marido de Maria Danielle denunciou nas redes sociais que o filho morreu na maternidade por uma suposta negligência médica. De acordo com ele, a mãe da criança recebeu uma superdosagem de um medicamento para induzir o parto. Segundo ele, a complicação também levou à retirada do útero da gestante. A Polícia Civil investiga o caso.

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Segundo ele, a mulher deu entrada na unidade hospitalar no último dia 27 de fevereiro. Na manhã do dia seguinte, exames indicaram a viabilidade de um parto vaginal, e a equipe médica iniciou a indução com comprimidos intravaginais.

Naquele momento, souberam que o mesmo médico que realizava o pré-natal particular da gestante estaria de plantão naquela noite no ISEA. Na madrugada do dia 1º de março, o médico substituiu a medicação por uma intravenosa, intensificando as contrações.

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Por volta das 6h daquele dia, segundo relato do pai, duas enfermeiras do hospital atenderam a mãe da criança. Uma constatou que a cabeça do bebê já estava coroada, enquanto a outra aumentou a dosagem da medicação sem, segundo ele, consultar o médico.

“Ela começou a vomitar e a tremer de frio. Ao procurarmos ajuda, ouvimos que era ‘normal’. Desesperada, [a vítima] implorou para não ficar sozinha, mas as profissionais a abandonaram, alegando ter outras gestantes para atender. Nosso médico de confiança havia ido embora do plantão sem sequer nos ver”, afirmou nas redes sociais.

Ainda de acordo com Jorge Elô, o trabalho de parto parou de evoluir, e as profissionais teriam culpado Danielle por não ter “colaborado”. O pai relatou que, minutos depois, elas teriam forçado a mulher a fazer força, mas ela desmaiou e estava sem pulso. Nesse momento, a levaram às pressas para a cirurgia.

Jorge afirmou ainda que, após a esposa ser levada para a sala de cesárea, ficou sem notícias sobre o que estava acontecendo. Quando finalmente entrou no local, viu a equipe médica retirando o bebê já sem vida e segurando o útero da mãe. “O médico me entregou o órgão para eu fazer a biópsia do útero e explicou que nunca tinha visto um rompimento daquela forma”, relatou.

“Eu estou revoltado, estou com muito ódio, mas, ao mesmo tempo, estou tendo acolhimento de familiares e amigos. A retirada do útero dela dificultou a realização desse sonho novamente. Eles fizeram algo muito grave com a gente. Eu ainda não consegui viver meu luto e entender, sentir. O tempo todo, estou tentando ser forte para cuidar dela, denunciar e conseguir responsabilizar todo mundo envolvido”, afirmou.

De acordo com o delegado Rafael Pedrosa, o caso está sendo investigado pela Polícia Civil. A investigação avançará com o depoimento de testemunhas e o resultado de laudos periciais, incluindo exames no corpo do recém-nascido, exame toxicológico, exame de lesão corporal na mãe do bebê e análise pericial do útero, que foi levado separadamente.

com Jornal da Paraíba

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