Médicos encontram 21 ímãs no intestino de adolescente que sofria com cólicas abdominais

Um adolescente, cuja idade não foi revelada, precisou ser operado após médicos encontrarem 21 ímãs em seu estômago e intestino. O caso foi relatado por médicos da Faculdade de Medicina Osteopática do Lago Erie e do Sistema de Saúde Guthrie, nos Estados Unidos, em publicação na revista científica BMJ Case Reports.

O menino deu entrada no hospital com cólicas abdominais severas. Exames de radiografia e tomografias computadorizadas revelaram a presença de um item metálico no trato digestivo. O adolescente, no entanto, não se recordava de ter ingerido qualquer objeto, e a família acredita ter sido um caso de sonambulismo.

Os médicos realizaram então uma endoscopia, exame em que um aparelho flexível de fina espessura, equipado com iluminação e câmera na extremidade, é introduzido pela boca para visualizar o sistema digestivo superior, formado pelo esôfago, o estômago e a porção inicial do intestino delgado, o duodeno.

Inicialmente, eles identificaram que o objeto parecia ser uma pilha de três discos empilhados, cada um com cerca de 8 milímetros de largura. Os discos eram ímãs super fortes, e estavam formando uma úlcera (lesão) na parede do estômago. Segundo os especialistas, eles estavam lá há tempo suficiente para causar danos.

Médicos encontram 21 ímãs no intestino de adolescente com cólicas estomacais. — Foto: Maksimyan et al., BMJ Case Reports, 2023
Médicos encontram 21 ímãs no intestino de adolescente com cólicas estomacais. — Foto: Maksimyan et al., BMJ Case Reports, 2023

Os médicos conseguiram removê-los pela própria endoscopia, porém nos dois dias seguintes novos exames mostraram que o cenário era muito pior: havia mais objetos semelhantes ao longo do trato digestivo, até o intestino grosso.

Três deles foram removidos com uma colonoscopia, procedimento semelhante à endoscopia, mas que é introduzido pelo ânus. Já os demais precisam ser retirados por meio de uma cirurgia. O caso era grave, alguns objetos já formavam buracos nas paredes dos órgãos.

Depois de alguns dias de acompanhamento no hospital durante o pós-cirúrgico, o adolescente ficou bem. Mas os médicos investigam como os ímãs foram parar lá. Eles relatam que o jovem e a família foram inflexíveis e disseram acreditar se tratar de um caso de ingestão durante um episódio de sonambulismo.

O Globo

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