O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nessa terça-feira (28) que ao comparar as mortes na Faixa de Gaza com as mortes de judeus por Hitler na Segunda Guerra Mundial não usou a palavra “holocausto” e que o termo foi parte da interpretação das autoridades israelenses.
“Primeiro que não disse a palavra holocausto. Holocausto foi interpretação do primeiro-ministro de Israel. Não foi minha. A segunda coisa é a seguinte, morte é morte”, disse o presidente.
Lula também afirmou que mantém sua opinião sobre a guerra em Gaza. O presidente voltou a criticar a morte de mulheres e crianças palestinas.
“Eu diria a mesma coisa. É exatamente o que está acontecendo na Faixa de Gaza. A gente não pode ser hipócrita de achar que uma morte é diferente da outra. Ou seja, você não tem na Faixa de Gaza uma guerra de um exército altamente preparado contra exército altamente preparado. Você tem na verdade uma guerra de um exército altamente preparado contra mulheres e crianças”, disse Lula.
Durante viagem à Etiópia neste mês, Lula se referiu às mortes em Gaza como “genocídio” e afirmou que o acontecimento só se compara às mortes de judeus por Hitler.
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza não existe em nenhum outro momento histórico, aliás, existiu, quando Hitler resolveu matar os judeus”, afirmou Lula na ocasião.
A declaração de Lula foi mal recebida pelo governo de Israel, que afirmou que o presidente desrespeitou a memória de judeus mortos pelo nazismo ao comparar a guerra em Gaza com o Holocausto.
O presidente relatou que já esperava que o governo de Israel recebesse mal a sua declaração, em razão das posições políticas de Netanyahu. “Eu conheço o cidadão historicamente já há algum tempo, eu sei o que ele pensa ideologicamente”, disse.
Em razão de suas declarações sobre o nazismo e a Faixa de Gaza, o governo de Israel declarou Lula persona non grata no país. O embaixador brasileiro em Tel-Aviv foi convocado de volta ao país em meio à crise.
O Globo