O arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa, negou neste domingo (4) que a Igreja Católica esteja dividida às vésperas do conclave. Ele disse que os cardeais elegerão um Papa que dará continuidade às principais linhas do pontificado de Francisco.
“A Igreja não está dividida. Existem formas diferentes de pensar, mas isso é normal. O clima no colégio cardinalício está muito tranquilo, há uma profunda fraternidade entre nós”, reforçou.
Aos 57 anos, D. Paulo é o mais jovem dos sete cardeais brasileiros que participarão do conclave. Segundo ele, já ficou claro que o escolhido para substituir Francisco não romperá com o processo de abertura que ele liderou.
“É normal que o próximo pontificado seja de continuidade. Francisco tratou das grandes questões do mundo. Quem vier deve seguir este caminho”, afirmou.
“Agora, cada Papa traz a sua visão própria, o seu modo próprio de ser. Sempre há uma continuidade, mas também uma descontinuidade, porque ninguém que vier agora será Francisco”, resumiu.
O arcebispo de Brasília não revelou o voto, mas traçou o perfil que deseja para o novo Papa.
“Penso que a tendência é a gente ter um papa conciliador”, disse. “A tendência seria alguém que continue esse diálogo suscitado por Francisco. Um papa dos nossos tempos, com seu estilo próprio”, completou.
O cardeal se esquivou de dizer se há chances de a Igreja escolher um novo Papa latino-americano.
“Isso eu não sei, só o Espírito Santo sabe. Isso não dá para responder. Também não dá para dizer se o Papa vai ser europeu, se vai ser asiático…”, desconversou. Os cardeais brincam que já tem um de nós que está no coração de Deus. O nosso papel é descobrir quem.
Na manhã deste domingo, D. Paulo Cezar rezou missa na Basílica de São Bonifácio e Santo Aleixo, no alto do Monte Aventino, em Roma.
Como não costuma abrir ao público, a igreja estava praticamente vazia. Quando ele iniciou a celebração, havia apenas 15 pessoas nos bancos destinados aos fiéis, além dos padres que o auxiliaram no altar.
Em estilo renascentista, a basílica costuma ser requisitada para a realização de casamentos. Como a concorrência é grande, muitas noivas têm que marcar data com mais de um ano de antecedência.
“É uma igreja para casamentos. Sou um cardeal casamenteiro”, brincou Dom Paulo Cezar, que tem o título de protetor da basílica.
“Xerox de Francisco”
Também na manhã deste domingo, o cardeal-arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, disse que o próximo Papa “não será uma xerox de Francisco”.
“O menino que seria canonizado, Carlo Acutis, dizia que Deus não gosta de fotocópias, gosta de originais”, afirmou, após rezar missa na Igreja de Santo André do Quirinal.
com O Globo
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