Notícias da Paraíba

Governo da PB elabora ações de divulgação para tornar ciência mais acessível no estado

Tornar a ciência mais acessível e democrática para a sociedade é um desafio e também o principal objetivo da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior (Secties), que vem realizando a divulgação científica de forma que seja compreensível e se aproxime da população. Isso é feito através das redes sociais, como LinkedIn, Instagram, Facebook, nas mídias tradicionais, como TV ou rádio, além de divulgação em portais de notícias.

Nessa semana, a Secties estreou o programa “Astronautas da Nau Catarineta”, na rádio Parahyba FM. O projeto é desenvolvido em parceria com a Empresa Paraibana de Comunicação (EPC) e tem o objetivo de popularizar a ciência de forma atrativa e informal.

Veiculado semanalmente na rádio, através da frequência 103.9, o programa chega com o intuito de divulgar as principais notícias relacionadas à Secties de forma informativa e didática. Além disso, a proposta envolve trazer fatos, curiosidades e informações de áreas como Ciência, Tecnologia e Inovação, promovendo a expansão do conhecimento científico relacionado ao dia a dia dos ouvintes, sem deixar de lado o viés cultural que é marca da Parahyba FM.

De acordo com a análise apresentada na pesquisa “Percepção Pública da Ciência e Tecnologia no Brasil 2023”, publicada em maio deste ano, cerca de 60% das pessoas ouvidas estão interessadas ou muito interessadas em “Ciência e Tecnologia”. Em 2023, 66% dos entrevistados acreditavam que C&T trazem só benefícios ou mais benefícios que malefícios para a sociedade.

O estudo foi realizado pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e em parceria com Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia (INCT-CPCT) e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Com relação aos investimentos partindo do setor público, 94% dos entrevistados acreditam que o governo deve aumentar ou manter os investimentos em pesquisa científica e tecnológica nos próximos anos.

Nesse sentido, o Governo do Estado da Paraíba tem investido não só recursos financeiros, como também estabelecido uma cultura científica. Desde 2019, foram investidos mais de R$ 400 milhões por meio da Secties e da Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq) em projetos de pesquisas, bolsas de pesquisa científica, formação tecnológica e empreendedora, ações de popularização e divulgação da ciência.

“A Secretaria tem como um dos seus pilares a questão da divulgação e do letramento científico. Essa política faz com que as novas gerações aprendam e se conscientizem do papel que a ciência tem no dia a dia”, ressalta o secretário da Secties, Claudio Furtado.

O Governo do Estado criou a Secties em 2023 e, desde então, vários eventos têm sido promovidos pela pasta, em parceria com a Fapesq. Entre eles está a 1ª Conferência Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, uma etapa da 5ª Conferência Nacional que acontecerá nas próximas semanas, em Brasília. A etapa estadual promoveu junto à sociedade uma série de reflexões nesta área na Paraíba, nos municípios de Sousa, Campina Grande e João Pessoa.

Além disso, ainda no âmbito da Secties, está em andamento a construção do Parque Tecnológico Horizontes da Inovação, um empreendimento âncora inserido no sistema estadual de ciência, tecnologia e inovação.

Em outro segmento, a Secties realiza e apoia eventos de impacto, como foi o Seminário de Transformação Digital; Nordeste ON (NEon); e como será com a Expotec, que acontecerá no próximo mês; além da Expo Favela, que será em setembro; e a Fetech, em Campina Grande também no mês de setembro, resgatando uma tradição em feiras de tecnologia que eram realizadas desde a década de 1990. Visando a área internacional, a pasta viabiliza o Fórum de Internacionalização Paraíba sem Fronteiras, que discute as oportunidades de intercâmbio para estudantes de Ensino Superior para outros países.

Ainda com o objetivo de popularizar a ciência, a Secretaria apoia a realização da etapa estadual da Olimpíada Brasileira de Robótica, que será no final de agosto. E também promove o PraCiência, uma oportunidade para visitas aos laboratórios em oito municípios da Paraíba e exposição de atividades científicas em João Pessoa.

A comunicação da ciência é uma prática contínua da Secties. Além do programa “Astronautas da Nau Catarineta”, a pasta apresenta na rádio Tabajara a coluna de notícias Horizontes de Inovação, no Jornal Estadual. E mantém uma atualização das atividades nas redes sociais Instagram, LinkedIn e Youtube. A Fapesq, uma das instituições vinculadas à Secretaria, também executa o Podcast C+, com entrevistas. Todos esses são esforços que atingem diversos polos da sociedade.

Realidade do brasileiro no conhecimento sobre ciência
Ainda sobre a pesquisa “Percepção Pública da Ciência e Tecnologia no Brasil 2023”, os dados refletem a necessidade de uma maior ampliação da política de disseminação de conhecimentos científicos, visando reforçar a educação científica da população. Essa afirmação se dá principalmente pelo fato da maioria dos entrevistados não apresentarem noções elementares de ciência.

A familiaridade com noções de ciência “foi marcada pelo desconhecimento dos brasileiros quanto ao uso de antibióticos, e o fato de que apenas em uma pergunta (sobre o gás carbônico) a maioria dos entrevistados conhecia a resposta correta. Portanto, os dados refletem a necessidade de uma maior ampliação da política de disseminação de conhecimentos científicos, visando reforçar a educação científica da população”, relata o estudo.

Na esfera federal, as agências de fomento à ciência assumem esse papel. Entre elas, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), tem uma trajetória de aprendizado reconhecendo a relevância do processo.

O CNPq é uma das agências pelas quais o Governo Federal financia projetos de pesquisa e bolsas científicas. Os editais voltados para a área da biodiversidade foram os primeiros a terem em seus escopos diretrizes para o pesquisador desenvolver ações de divulgação científica.

Denise Oliveira, da equipe de Coordenação dos Programas de Pesquisas em Educação, Popularização e Divulgação Científica no CNPq, vivenciou a história do fomento à divulgação científica associada à biodiversidade nesta agência. Atualmente, todos os editais do CNPq trazem um item em comum: “Promover ações de educação, popularização e/ou divulgação científica para diferentes tipos de público, alcançando amplos setores da sociedade, em articulação com especialistas, grupos e instituições que atuam nas áreas de educação formal e não formal”, pontuou a pesquisadora.

O professor da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Cidoval Morais, ressaltou que a Paraíba teve momentos importantes na história da divulgação científica, sobretudo pela mídia. “Mais recentemente, nós estamos vivendo um outro momento de divulgação científica que está sendo feito pelas editoras universitárias. Temos hoje pelo menos três grandes editoras universitárias: as quatro grandes instituições públicas do Estado têm feito um trabalho bonito e premiado nacionalmente”, disse.

De acordo com ele, a divulgação científica tem como objetivo disseminar informações sobre ciência para um público não especializado, tornando esse tipo de conhecimento acessível e compreensível. Podendo ser realizada por meio de publicações, palestras e meios de comunicação, ela também procura promover uma maior consciência sobre a importância da pesquisa científica para o desenvolvimento humano.

Já a comunicação pública da ciência é mais ampla em seu conceito. Ela abrange também interações entre cientistas e diferentes partes interessadas (como políticos, jornalistas ou grupos comunitários), envolvendo diálogos entre a produção do conhecimento científico e aqueles influenciados por ele. Isso implica compartilhar ideias complexas de maneira acessível e também ouvir opiniões do público em relação à pesquisa realizada.

No âmbito da comunicação de ciência, discussões surgem numa perspectiva de maior igualdade entre ciência e sociedade, ao invés de uma prática hierarquizada. Esse tipo de diálogo permite, portanto, que os cientistas não sejam colocados no topo de uma pirâmide, como detentores do conhecimento a ser transmitido a uma população que se imagina desprovida deste conhecimento.

Secom PB

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