O ex-árbitro Dguerro Batista Xavier foi preso na manhã desta quarta-feira (9), em João Pessoa, durante uma operação da Polícia Civil de Goiás, que investiga manipulação de resultados de partidas nacionais e internacionais.
De acordo com as investigações do Ministério Público de Goiás (MPGO), há indícios de participação dele em um esquema fraudulento de jogos da Série B do Campeonato Brasileiro e do Campeonato de Angola, na África.
O árbitro preso nesta quarta-feira, atuava no futebol profissional até 2018, quando foi afastado durante a operação Cartola, deflagrada à época pelo Ministério Público da Paraíba e pela Polícia Civil da Paraíba também contra a manipulação de resultados, mas no Campeonato Paraibano. Apesar do afastamento, ele ainda mantinha articulações e contatos no meio esportivo, e atuava como árbitro amador.
As investigações apontam que Dguerro fazia parte de um grupo conhecido nas redes sociais como “Árbitros da Propina”, que seria formado por árbitros envolvidos em esquemas de manipulação de partidas. Ainda não foram divulgados detalhes sobre os valores movimentados pelo grupo, mas a polícia estima que sejam cifras elevadas.
Além da Paraíba, a operação “Jogada Marcada” cumpre, em outros cinco estados brasileiros, nove mandados de busca e apreensão e sete de prisão temporária, sendo um deles na Capital Paraibana.
Dguerro afirma não saber o motivo da prisão e nega envolvimento nos crimes apontados pela investigação. A Polícia Civil não informou quais jogos teriam sido alvo de manipulação.
O ex-árbitro foi encaminhado para a Central de Polícia, no bairro do Geisel, Zona Sul de João Pessoa, onde aguarda audiência de custódia e está à disposição da Justiça.
Ele vai ser interrogado e as informações colhidas serão repassadas ao presidente das investigações em Goiás. Dguerro Xavier deve permanecer na carceragem por cinco dias, prazo estipulado para a prisão temporária. Caso haja avanço na apuração, o pedido de prisão preventiva poderá ser feito.
Operação Cartola
A operação Cartola foi deflagrada em 2018 e teve como objetivo investigar 80 pessoas que atuariam, segundo o Ministério Público da Paraíba (MPPB), em uma organização criminosa que manipulava resultados no futebol profissional da Paraíba.
À época, foram cumpridos 39 mandados em João Pessoa, Bayeux, Cabedelo, Cajazeiras e Campina Grande.
Desde 2023, a Justiça impôs condenações a alguns dos investigados, como, por exemplo, dirigentes de clubes de futebol e o então presidente da Federação Paraibana de Futebol (FPF), Amadeu Rodrigues.
da Redação