O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta sexta-feira (20) que tem obsessão em “fazer o alimento barato, barato, barato” para os brasileiros.
A comida cara é apontada como uma das razões para a perda de popularidade do presidente, que atingiu na última pesquisa Datafolha o pior nível de aprovação de sua história.
“Eu tenho obsessão em fazer o alimento barato, barato, barato, para que vocês possam comprar”, disse o presidente, em evento no Porto de Itaguaí, na região metropolitana do Rio de Janeiro.
“Eu já vivi inflação de 80%. Ia no atacadista e comprava mais papel higiênico do que iria usar, porque meu salário, não sei… É isso o que eu quero evitar”, completou.
Em entrevista mais cedo à Rádio Tupi, o presidente havia afirmado que fará uma reunião com atacadistas para avaliar como reduzir os preços dos alimentos.
Ele ressaltou que, em um cenário de câmbio desvalorizado, os produtores não podem cobrar no mercado doméstico os mesmos preços adotadas nas exportações.
Em discurso antes de Lula nesta segunda, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que a inflação dos alimentos é normal no primeiro trimestre e que “vai passar”.
No evento desta sexta, Lula celebrou contrato de assinatura da concessão de um terminal de minério de ferro no porto de Itaguaí, que vai demandar R$ 3,6 bilhões em investimentos e gerar 2.800 empregos durante as obras.
O terminal foi concedido em dezembro no maior leilão portuário do país. As obras serão iniciadas em 2027 e a previsão é iniciar a operação em 2029.
Lula afirmou que quer o dinheiro circulando com o povo. “O pobre é que faz a economia crescer. Quando ele tem o recurso, ele não deposita no banco”, defendeu. “Ele vai comprar coisa para a família. Vai comprar comida, vai comprar roupa…”
Sem citar o debate do déficit fiscal, ele voltou a defender que despesas com educação e saúde não devem ser tratados como são gastos, mas como investimentos.
“Tem muita gente que acha que cuidado povo, com a doença, é gasto. É investimento, porque uma pessoa uma pessoa sem doença trabalha, ela produz mais”, argumentou.
Folha de S. Paulo
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