A China está enfrentando um aumento nas infecções por um vírus respiratório, o metapneumovírus (HMPV) o que levou o país a novas medidas de monitoramento.
O vírus teve um aumento de casos nas províncias do norte da China neste inverno, principalmente entre crianças. O surto ocorre cinco anos depois que o mundo foi alertado pela primeira vez sobre o surgimento de um novo coronavírus em Wuhan, na China, que mais tarde se transformou em uma pandemia global.
No Brasil, o Ministério da Saúde informou em nota publicada nesta terça-feira (7) que acompanha “atentamente” o surto.
“Até o momento, não há alerta internacional emitido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mas a vigilância epidemiológica brasileira está em constante comunicação com autoridades sanitárias da OMS e de vários países, incluindo a China, para monitorar a situação e trocar informações relevantes”, informou a pasta.
De acordo com o ministério, as últimas atualizações de vigilância feitas pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) da China mostram que a magnitude e a intensidade das infecções respiratórias registradas ao longo das últimas semanas foram menores do que as registradas no mesmo período do ano anterior.
“No entanto, foi observado um aumento nas infecções respiratórias agudas, incluindo gripe sazonal, metapneumovírus humano (HMPV), infecção por rinovírus, vírus sincicial respiratório (VSR) e outros, particularmente nas províncias do norte chinês.”
“Embora o risco de uma pandemia seja considerado baixo pelos especialistas, o Ministério da Saúde salienta que é fundamental reforçar as medidas de prevenção e controle de infecções respiratórias”, completou a nota.
A pasta voltou a incentivar a vacinação como medida preventiva para infecções respiratórias, incluindo a Covid-19 e a gripe ou influenza – sobretudo entre grupos considerados prioritários, como idosos, gestantes, crianças e pessoas com comorbidades.
De acordo com o ministério, as vacinas contra a Covid-19 e a influenza continuam sendo eficazes contra formas graves de ambas as doenças, reduzindo o número de hospitalizações e mortes provocadas pelas variantes em circulação.
A nota também incentiva o uso de máscaras faciais por pessoas com sintomas gripais e resfriados, já que a estratégia contribui para diminuir a transmissão de todos os vírus respiratórios, inclusive o metapneumovírus.
Entenda
O HMPV é um vírus respiratório que causa infecções nas vias respiratórias superiores e inferiores. No Brasil, foi identificado pela primeira vez em 2004. Desde então, tem sido monitorado como parte das atividades de vigilância epidemiológica do ministério, que inclui a coleta e análise de dados sobre doenças respiratórias.
“É um vírus conhecido no mundo e comum em casos de síndrome gripal (casos leves), podendo eventualmente evoluir para casos de síndrome respiratória aguda grave que requerem internação”, destacou a pasta.
A vigilância do HMPV é feita através do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica (Sivep), com a identificação de casos por meio dos núcleos hospitalares de epidemiologia em serviços de saúde, que monitoram a circulação de diversos patógenos respiratórios no país.
A doença é da mesma família do vírus sincicial respiratório (VSR) e existe desde pelo menos 2001, quando foi identificada pela primeira vez na Holanda. Seus surtos se concentram durante as estações mais frias do ano.
Como o HMPV se espalha?
O HMPV se propaga de forma semelhante a outros vírus respiratórios, através de gotículas respiratórias espalhadas ao tossir ou espirrar. Também pode ocorrer por meio de apertos de mão ou toques ou contato com superfícies contaminadas. Por exemplo: se uma pessoa tocar objetos infectados e depois levar as mãos ao rosto, pode se contaminar.
O quão preocupante é o vírus?
Especialistas em saúde dizem que o risco de outra pandemia semelhante à da Covid-19 é baixo. Isso se deve em parte porque o HMPV já existe há várias décadas e há um nível de imunidade na população global, ao contrário da Covid-19, que era uma nova doença que nunca havia infectado humanos antes.
com Agência Brasil