Bolsonaro vai à Polícia Federal, mas fica em silêncio sobre suposta tentativa de golpe de Estado

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ficou em silêncio durante depoimento à PF (Polícia Federal) nesta quinta-feira (22). Ele foi intimado a depor sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado para mantê-lo na Presidência.

A defesa afirma que os advogados não tiveram acesso integral aos autos do inquérito. Paulo Amador da Cunha Bueno, advogado do ex-presidente, classificou as investigações como “semi-secretas”. Disse ainda que Bolsonaro “nunca foi simpático” a qualquer movimentação golpista e que ele não teme futuras delações premiadas.

Fábio Wajngarten, assessor do ex-chefe do Executivo, disse que a defesa solicitou o arquivamento de Habeas Corpus protocolado no STF (Supremo Tribunal Federal) favorável à Bolsonaro. A petição teria sido assinada pelo advogado Jefrey Chiquini.

A PF marcou os depoimentos simultâneos de Bolsonaro e outros 14 aliados investigados por suposta tentativa de golpe de Estado em Brasília.

Veja a lista dos alvos ouvidos pela PF nesta quinta-feira (22):

  1. Jair Bolsonaro – ex-presidente;
  2. Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  3. Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  4. Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional;
  5. Bernardo Romão Corrêa – coronel do Exército (preso);
  6. Cleverson Ney Magalhães, coronel da reserva;
  7. Filipe Martins – ex-assessor especial de Bolsonaro;
  8. Mário Fernandes, ex-chefe substituto da Secretaria-Geral da Presidência da República;
  9. Marcelo Câmara – coronel do Exército e ex-assessor (preso);
  10. Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  11. Rafael Martins – major das Forças Especiais do Exército (preso);
  12. Tércio Arnauld, ex-assessor de Jair Bolsonaro; e
  13. Valdemar Costa Neto, presidente do PL (Partido Liberal); e
  14. Walter Braga Netto, ex-ministro-chefe da Casa Civil e candidato a vice-presidente em 2022.

Além de Bolsonaro, também ficaram em silêncio o general Augusto Heleno, Mario Fernandes, Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira, Braga Netto, Ronald Ferreira Junior.

Anderson Torres teria respondido a questionamentos.

Por estratégia da PF, todos investigados tinham de depor ao mesmo tempo. Assim, a polícia tenta evitar que haja combinação de versões.

Os depoimentos fazem parte da operação Tempus Veritatis, deflagrada pela PF há duas semanas. De acordo com as investigações, Bolsonaro e aliados se organizaram para tentar um golpe de Estado e mantê-lo no poder, impedindo a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Parte da investigação envolve a realização de uma reunião ministerial em 5 de julho de 2022. Nela, Bolsonaro diz a ministros que eles não poderiam esperar o resultado da eleição para agir. Os advogados do presidente afirmam, no entanto, que ex-presidente nunca pensou em golpe.

com Poder360 e G1

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