A AGU (Advocacia-Geral da União) firmou um acordo com a família do jornalista Vladimir Herzog para o pagamento de aproximadamente R$ 3 milhões por danos morais. Herzog foi assassinado em outubro de 1975 nas dependências do DOI-CODI, em São Paulo, durante a ditadura militar.
O pacto, firmado entre a família e a Advocacia-Geral da União, será encaminhado à Justiça Federal para homologação. Além da indenização, o acordo prevê a manutenção da reparação econômica mensal que já é paga à viúva do jornalista, Clarice Herzog, com base em liminar concedida anteriormente. O processo foi concluído em apenas cinco meses após o ajuizamento da ação.
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O advogado-geral da União, Jorge Messias, destacou que o acordo representa um passo importante no reconhecimento das violações cometidas pelo Estado durante o regime autoritário.
“A reparação à família de Vladimir Herzog não apenas reconhece a responsabilidade do Estado em um dos episódios mais bárbaros da nossa história recente, como também reafirma o compromisso do atual governo com os direitos humanos, a memória e a verdade histórica”, afirmou.
Quem foi Herzog
A morte de Vladimir Herzog se tornou um marco da resistência à ditadura. O jornalista foi preso, torturado e assassinado nas instalações do DOI-CODI. À época, o regime tentou forjar a cena como suicídio, o que gerou forte reação da sociedade. No dia 31 de outubro de 1975, milhares de pessoas participaram de um culto ecumênico na Catedral da Sé, em São Paulo — considerado um dos momentos mais simbólicos da mobilização pela redemocratização do país.
Em 2018, a Corte Interamericana de Direitos Humanos condenou o Estado brasileiro por omissão no julgamento e punição dos responsáveis pelo crime, reconhecendo o assassinato de Herzog como um crime contra a humanidade. A sentença também determinou a reabertura do processo penal.
com R7.com
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