Mancha escura volta a aparecer no mar da Grande João Pessoa

Uma mancha escura e com mau cheiro voltou a aparecer em um maceió entre as praias do Bessa e Intermares, localizadas em João Pessoa e Cabedelo, na manhã desta quinta-feira (15). Manchas similares apareceram, em março e maio de 2025, no trecho localizado perto da foz do Rio Jaguaribe.

Em nota, nesta quinta-feira (15), a Sudema explicou que o local é uma região de mangue, e, portanto, “a água acumulada possui grande concentração de matéria orgânica em decomposição, o que confere cor e odor característico”.

No entanto, o órgão informou que o trecho vem recebendo despejos de esgotos de comunidades. “Esse é um problema socioambiental que está em discussão entre o Ministério Público Federal, o Governo do Estado e às prefeituras de João Pessoa e Cabedelo”.

A Sudema ainda orientou que os banhistas evitem o banho de mar em um raio de 100 metros do ponto de desague.

O que se sabe sobre mancha escura no mar de João Pessoa
Manchas vêm aparecendo no mar entre as praias do Bessa e Intermares, entre a capital paraibana e a cidade de Cabedelo.

O lugar é um estuário, onde um trecho do Rio Jaguaribe chega a um mangue para desembocar no mar à frente. A foz do rio é o oceano, porém, é comum ele ficar retido no manguezal. A água da mancha escura veio de um sistema poluído de rio e mangue e foi parar na praia, de acordo com especialistas.

O local recebe uma parte do Rio Jaguaribe chamada de “Jaguaribe Morto”, por causa da poluição, especialmente por redes de esgoto. Segundo o urbanista Segundo o urbanista Marco Suassuna, o trecho “morto” é alimentado por águas da chuva e da rede de drenagem, mas também acumula esgoto e resíduos devido à urbanização desordenada.

A bióloga cristina crispim explica que a principal causa da poluição no Rio Jaguaribe é o esgoto, que compromete a qualidade da água desde as nascentes até a foz, onde o rio deságua no Bessa.

O pesquisador e biólogo Tarcísio Cordeiro também destaca que o problema não é de um trecho específico do Rio Jaguaribe, e sim generalizado. “A poluição está entrando em todos os trechos do rio, em todos os afluentes”, concluiu. Segundo ele, a remoção da vegetação agravou o problema.

“Não precisa ser um cientista para saber. É um conhecimento ancestral, mas que foi esquecido temporariamente, de que ‘sem árvores, sem água’. Se as nascentes secam, há menos água no rio para diluir a poluição. O resultado é que todos os serviços ambientais dos rios vão sendo eliminados, ficando só um: esgoto”, afirmou o pesquisador.

A Sudema também afirma que na área ao redor do “rio morto” existe uma urbanização desordenada, com comunidades ribeirinhas lançando dejetos diretamente nas águas do rio.

com G1 PB

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