A Casa Branca divulgou em comunicado, na última terça-feira (15), que novas tarifas contra a China poderiam chegar até 245%, como “resposta de suas ações retaliatórias”.
Inicialmente, o documento não explicava como o país havia chegado a esse cálculo, mas depois foi atualizado, dizendo que a tarifa seria aplicada apenas a produtos específicos.
“A China enfrenta uma tarifa de até 245% sobre as importações para os Estados Unidos como resultado de suas ações retaliatórias. Isso inclui uma tarifa recíproca de 125%, uma tarifa de 20% para lidar com a crise do fentanil e tarifas da Seção 301 sobre produtos específicos, entre 7,5% e 100%”, diz o informe.
A Seção 301 da Lei do Comércio dos Estados Unidos permite que o governo investigue e responda a atos ou políticas estrangeiras que sejam “irracionais ou discriminatórios e que onerem ou restrinjam o comércio dos EUA”, de acordo com o Departamento de Comércio dos EUA.
Na apuração da seção, os EUA afirmam que a China adota “práticas desleais” em relação a transferência de tecnologia, propriedade intelectual e inovação. Entre os produtos chineses que devem enfrentar a taxação de 245% estão seringas e veículos elétricos.
No resto do documento, são detalhadas as principais decisões políticas e econômicas da gestão de Donald Trump, além de classificar as taxas como uma maneira de “nivelar o campo de atuação e proteger a segurança nacional dos EUA”.
Questionado sobre o assunto nessa quarta-feira (16), o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, afirmou que os chineses seguirão se defendendo da guerra tarifária, mas não mencionou a possibilidade de novas retaliação por parte do país.
“Podem solicitar aos EUA os valores específicos das tarifas de imposto. A guerra tarifária foi iniciada pelos EUA. A China tomou as contramedidas necessárias para salvaguardar seus direitos e interesses legítimos e a equidade e justiça internacionais, o que é completamente razoável e legal. Guerras tarifárias e comerciais não têm vencedor. A China não quer travar essas guerras, mas não tem medo delas”, disse.
O porta-voz acrescentou que os EUA precisam parar com a tática de “pressão máxima” caso queiram negociar com a China.
com TV Cultura