Indiciado pela Polícia Federal nesta quinta-feira (21) pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, o ex-presidente Jair Bolsonaro se pronunciou nas redes sociais sobre o caso. “Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar“, escreveu.
Leia mais: Polícia Federal indicia Bolsonaro, Braga Netto, Heleno e outras 34 pessoas por tentativa de golpe de Estado e organização criminosa
“O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, disse o ex-presidente.
“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, acrescentou Bolsonaro.
Além de Bolsonaro, 36 pessoas foram indiciadas por tentativa de golpe de Estado. Entre elas, estão os ex-ministros Augusto Heleno e Walter Braga Netto, e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Veja a lista completa:
- Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente da República
- Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
- Anderson Gustavo Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública
- Augusto Heleno Ribeiro Pereira, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional
- Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ex-ministro da Defesa
- Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro em 2022
- Valdemar Costa Neto, presidente do PL
- Alexandre Rodrigues Ramagem, deputado federal e ex-diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Investigação)
- Filipe Garcia Martins, ex-assessor especial para assuntos internacionais de Bolsonaro
- Ailton Gonçalves Moraes Barros, ex-major do Exército
- Alexandre Castilho Bitencourt da Silva, coronel do Exército
- Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha
- Amauri Feres Saad, advogado
- Anderson Lima de Moura, coronel do Exército
- Angelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército
- Bernardo Romao Correa Netto, coronel do Exército
- Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, engenheiro
- Carlos Giovani Delevati Pasini, coronel do Exército
- Cleverson Ney Magalhães, coronel do Exército
- Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, general do Exército
- Fabrício Moreira de Bastos
- Fernando Cerimedo, consultor político
- Giancarlo Gomes Rodrigues, subtenente do Exército
- Guilherme Marques de Almeida, coronel do Exército
- Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército
- José Eduardo de Oliveira e Silva, padre
- Laercio Vergilio, general da reserva do Exército
- Marcelo Bormevet, policial federal
- Marcelo Costa Câmara, coronel do Exército
- Mario Fernandes, general da reserva do Exército
- Nilton Diniz Rodrigues, general do Exército
- Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, economista e blogueiro
- Rafael Martins de Oliveira, tenente-coronel do Exército
- Ronald Ferreira de Araujo Junior, tenente-coronel do Exército
- Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros, tenente-coronel do Exército
- Tércio Arnaud Tomaz, ex-assessor de Bolsonaro
- Wladimir Matos Soares, policial federal
Investigação da PF
O relatório da investigação policial será enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal).
“As provas foram obtidas por meio de diversas diligências policiais realizadas ao longo de quase dois anos, com base em quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário, fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras medidas devidamente autorizadas pelo poder Judiciário”, afirmou a corporação.
A investigação da Polícia Federal identificou que os investigados se estruturaram por meio de divisão de tarefas, o que permitiu a individualização das condutas e a constatação da existência de seis grupos:
- Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral;
- Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado;
- Núcleo Jurídico;
- Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas;
- Núcleo de Inteligência Paralela;
- Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas
“Com a entrega do relatório, a Polícia Federal encerra as investigações referentes às tentativas de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito”, disse a corporação.
com R7.com