Gilson Cruz de Oliveira, de 56 anos, suspeito de matar a adolescente de 15 anos Maria Vitória dos Santos, em Monteiro, na Paraíba, já foi condenado por lesão corporal dolosa em decorrência de violência doméstica contra a própria filha. O homem está foragido desde esse domingo (14), quando teria atirado e matado a menina com quem se relacionava.
Testemunhas afirmam que no momento do crime, Maria Vitória e Gilson estariam bebendo em casa quando uma discussão foi iniciada e o homem teria atirado na adolescente.
O caso não é o único que envolve Gilson e violência contra mulheres e menores. Em ambas ocorrências, Gilson também havia consumido bebidas alcoólicas.
Consta no site do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) que a agressão contra a própria filha, também adolescente na época, aconteceu em junho de 2019, em Monteiro. Enquanto a menor dormia no quarto do pai, ele chegou em aparente estado de embriaguez e passou a discutir com a menina.
Durante a discussão, inicialmente verbal, Gilson chutou o cachorro da filha. Indignada, a jovem passou a “reclamar” com o acusado, que começou a agredi-la com chutes, empurrões, puxões de cabelo e mordidas. Mais tarde, quando a vítima chegou à escola onde estudava, as marcas da agressão foram vistas pela direção do educandário, que acionou o Conselho Tutelar.
Após os fatos serem comunicados na Delegacia Especializada a Mulher de Monteiro, Gilson foi ouvido e assumiu as agressões, dizendo que “perdeu a paciência”.
A denúncia foi instruída com o Inquérito Policial e recebida pelo sistema judiciário em fevereiro de 2020. Duas testemunhas também foram ouvidas em juízo e confirmaram os seus depoimentos prestados na sede policial.
Em abril deste ano foi proferida a pena definitiva de seis meses de detenção. De acordo com a juíza do caso, Anna Carla Falcão da Cunha Lima Alvez, o réu deveria iniciar o cumprimento da pena privativa de liberdade no regime aberto. A pena foi substituída pelo prazo de dois anos prestando serviços à comunidade.
Filha tinha medida protetiva contra Gilson Cruz
Quando procurou a delegacia em 2019, após as agressões, um pedido de medida protetiva foi expedido contra Gilson Cruz pela prática de crime de lesão corporal em decorrência de violência doméstica. A medida durou dois anos.
Em 2021, a adolescente declarou que não possuía interesse na manutenção das medidas protetivas deferidas, afirmando que reconciliou-se com seu pai.
Maria Vitória trabalhava para Gilson e era agredida
De acordo com a delegacia de Monteiro, Maria Vitória conheceu Gilson quando começou a trabalhar na padaria dele há quase dois anos. Logo deram início a um relacionamento e há 4 meses passaram a morar juntos. A família aprovava o relacionamento da menor com o homem.
O delegado Sávio Siqueira, que acompanha o caso, informou que conhecidos relatam um relacionamento com constantes agressões de Gilson contra a vítima. Apesar disso, não existe registro policial dessas agressões.
Ele explica ainda que o próprio Gilson já acionou a defesa e a Polícia Civil foi informada através de um advogado do suspeito.
“Ele atirou mais de uma vez, ele se certificou de fato acertá-la e acertou de uma maneira que não tinha como ela sobreviver”, disse o delegado.
Investigações estão em curso para encontrar Gilson. Ele segue foragido até a publicação desta matéria, mas deve ser indiciado pelo crime de feminicídio.
com G1 PB